Palhaços, equilibristas...Um mundo de sonhos
Vocês nos fazem sorrir e chorar,
Nos assustam e tranquiliza, num trapézio suspenso no ar
Nos fazem sonhar e viver,seja crianças ou já idosos
Vocês tem milhos de faces
Pode ser o que quiser
Podem ser o mocinho ou o ladrão,
Podem viajar em um mundo de sonhos,
Os quais ninguém pode, por ser um mundo encantado
Pode ser rico, pobre, nobre ou esplendoroso
E ainda assim será divertido.
Há alguns dias atrás tive a gratificante oportunidade de assistir ao espetáculo "Varekay" do Cirque du Soleil apresentado em São Paulo. "Varekay" conta a história de Ícaro, um rapaz que podia voar e que, ao se aproximar do sol, tem suas asas derretidas.
Ele cai em uma floresta mágica, no ponto mais alto de um vulcão, em um mundo extraordinário, onde tudo é possível, habitado por criaturas fantásticas. Lá conhece uma jovem misteriosa que o encanta profundamente e inicia uma busca através dos mistérios do mundo e da mente.
Nas quase duas horas de duração, foi impossível não me deixar envolver e cativar pela magnífica trilha sonora - tocada e cantada ao vivo - pelo cenário de "outro mundo", pela incrível fusão do teatro com acrobacias perfeitas e pelas fantásticas coreografias que falam a linguagem universal do movimento.
Absolutamente tudo o que vi, ouvi e senti durante o espetáculo ficará por muito tempo gravado em minha mente. Entretanto, diante de tanta grandiosidade e beleza, algo aparentemente bem mais simples roubou a minha atenção: duas frases usadas nos materiais de divulgação do espetáculo. A primeira delas - "Ouse sonhar" - está escrita no verso das etiquetas das camisetas vendidas na loja de souvenires do circo. A outra, "Onde quer que seja" - significado da expressão cigana "Varekay" que dá nome ao espetáculo - está impressa nos materiais de divulgação da turnê.
Pronto. Impossível na minha cabeça não fazer a junção das duas. "Ouse sonhar, onde quer que seja." Ouse sonhar, no lugar onde você estiver. Ouse sonhar, em qualquer situação. Lindo e motivador.
Em Varekay, Ícaro não morre afogado no mar depois da queda e a história finda com o seu corpo enterrado numa ilha. O renascimento de um anjo é o início desta aventura cheia de cor, movimento, desafios aparentemente intransponíveis, numa floresta mágica transbordante de vida e de seres místicos. Aí , Ícaro tem de se adaptar a uma nova vida - em aprendizagem constante - e com estes seres que nunca viu, numa homenagem à alma nômada do povo cigano.
O anjo encontra a felicidade na comunhão com esta natureza e a liberdade é alcançada também com os pés no chão, desde que em movimento... onde quer que seja!
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