PASSEANDO PELO CAMPO NUMA TARDE DE OUTONO...VI
SOB UMA ÁRVORE VERDEJANTE, PERFUME DE FLORES SE ABRINDO
UM VIAJANTE CANTA ENCOSTADO EM SEU TRONCO,
TANGENDO VIBRANTE, SEU BANDOLIM.
COMO UM PÁSSARO QUE VEIO DE LONGE
HABITAR ESSE MUNDO ERRANTE.
MEU CORAÇÃO SE ENCHEU DE ESPERANÇA
AGORA HÁ SEMENTE DE GENTE CONTENTE
PARA GERMINAR EM TERRA QUENTE
UM CORPO SEMELHANTE CARENTE
TÃO SOMENTE AQUI VOU FICAR.
UMA MULHER LINDA DE ASAS CORTADAS
CHEIA DE ACORDES, MELODIOSA POESIA.
NÃO DURMO, NEM CORRO, NÃO POSSO MAIS VOAR.
POUSEI NESTE CAMPO, FIZ DA RELVA MINHA CAMA,
DEITADA SOBRE FOLHAS SECAS OLHO AS ESTRELAS
MINHAS VESTES SÃO COMO CHAMAS BRILHANDO NO BREU DA NOITE
GUIARÁ O VIAJANTE, TOCANDO SEU BANDOLIM
TRAZENDO TAMBÉM MINHAS ASAS COM PERFUME DE JASMIM.
E ENCONTRARÁ A MULHER ANJO, QUE VEIO DE TÃO LONGE...
UMA FADA, MULHER ENCANTADA - MAYDEY É O MEU NOME.
“Já me fiz silencio, tendo tanto pra falar
e quantas vezes falei sem pensar
provocando tantos desencontros...
Andei de braços dados com a felicidade
E num descuido ou distração
Perdi o caminho, o rumo. Mudei a direção...
Talvez eu saiba o caminho de volta
E me espere por lá, a vida...
Mas, tenho os pés cansados
E feridas que podem sangrar.
Que me perdoe o passado
Mas já não posso voltar...
E voltar pra que, se nada me alegra
Vou sentar no silêncio do campo
sob uma frondosa Paineira
fazer poesia, viver meu canto.
PASSEANDO PELO CAMPO
UMA ÁRVORE VERDEJANTE
UMA VIAJANTE CANTA
COMO UM PÁSSARO QUE VEIO DE LONGE
HABITAR ESSE MUNDO ERRANTE
MEU CORAÇÃO SE ENCHE DE ESPERANÇA
AGORA HÁ SEMENTE DE GENTE
PARA GERMINAR EM TERRA QUENTE
UM CORPO SEMELHANTE CARENTE
TÃO SOMENTE AQUI VOU FICAR
UM HOMEM PÁSSARO DE ASAS CORTADAS
CHEIO DE ACORDES, DA BANDA DO NORTE.
NÃO DORME, NEM CORRE.
POUSA NO CAMPO, E COME.
ROSANGELA É MEU NOME.
Sou navegante sem rumo, Capitão sem navio
Nesse meu mundo sem norte, com tempestade e frio
Sou como a viga sem prumo,inclinada pelo vento
Um jogador sem ter sorte, jogando pedras no rio.
Sou a noite sem sereno, céu opaco sem estrelas
Madrugada sem luar, num breu total
Cantador sem ter viola, se rimando pelas ondas
Sou mágico sem cartola, o coelho foi embora
Sou uma praia sem mar...Sem vida e sem sol
Sou candeeiro sem luz, que o vento forte apagou
Sou um pobre menestrel, sem platéia, sem aplausos
Sou metal que não reluz, fosco e sem luz
Eu sou um favo sem mel... melodia sem cordel.
Sou palco sem ter ator, sem comedia, um fracasso.
Picadeiro sem palhaço, em tristeza se apagou
Um arco íris sem cor, caiu no mar e secou
Um canteiro sem ter flor, um formigueiro mora lá
Uma nave sem espaço, o espaço reduziu.
Sou amante sem amado, partiu e nem disse Adeus
Túnel sem luz no final, sem saída, sem portal
Sou a poeira da estrada, chão pisado pelo gado
Uma placa sem sinal...
Sou desejo de querer, querer de te querer
A vontade de encontrar...Amar, amar e amar
Quem me ensine aprender a beijar outra vez
E me faça entender a solidão
Como viver sem amar.
